terça-feira, junho 15

Arnaldo Antunes

Não sei escrever,quem sabe um dia.
isso aqui é só poesia



baseado na FAOT

segunda-feira, junho 14

sábado

tentei esquecer do que havia pra esquecer.Pensei em Tempos Modernos,a música.
Enquanto tentava ver um futuro mais tranquilo não me arrependi do passado.Acreditar faz parte,deixar de acreditar também.Amar,amor, é mais que tudo isso.
"Eu quero crer no amor numa boa"
Se for pra ser vai ser, sendo você ou não: será!
Se eu preferir ficar só assim vai ser, e não vai ser por ser você.

As vezes eu danço sozinho,as vezes com muita gente junta.Mas é sempre a mesma dança.E me divirto assim.

São tantas pessoas pra uma só, que preferi ficar aqui.

e você nem percebeu.Foi bom.

a gente não precisa fingir ser mais do que é,nem muito menos ser menos.
só precisa ser.

na reitoria,samba curitibano

Ele desceu com pressa as velhas e cadentes rampas daquele prédio velho e decadente,o elevador do qual tanto tinha medo havia parado no andar errado e agora era preciso andar pois havia perdido o tempo.Nas costas a mesma bolsa de anos antes,ela havia resistido a tantos sonhos expressos em alguns poemas mal-escritos carregados em seus inúmeros bolsos e compartimentos.Todos os remendos eram ignorados e se por acaso rasgassem sabiam que seriam mais uma vez remendados,remendos, remendados pela milésima vez.Tinha no pé um all-star velho,nas pernas uma calça jeans azul claro rasgada ocasionalmente nos joelhos,calças que guardavam lembranças do que era ter uma barra bem feita.Uma camisa preta,um óculos quebrado,um brinco e a tatuagem de um desenho de Poty.Tinha mais na cabeça que um cabelo bagunçado dessa onda démodé,tinha idéias e a vontade de consertar tudo isso aqui.Tinha apenas o desejo de ser feliz assim,sem precisar mostrar os dentes a qualquer desconhecido. Bobagem julgá-lo um vampiro, seus passeios noturnos e perigosos por uma XV pouco turística eram só um passatempo e a forma de se sentir mais ainda filho desse chão de petit pavé adornado de alvinegras panacéias paranistas.

Seu pavimento era chegado,seu tempo apertado.Fez da corrida seu passatempo forçado,não corria desde...desde...desde não sei, talvez até mesmo desde algum passeio dominical no Barigui,passeio perdido em algum lugar do tempo num passado nada recente.Correu,mas agora estava em um lugar seguro,no meio daquelas poeiras emparedadas podia ver e sentir.Dirigiu-se ao guichê, e ainda de longe reparou que havia ali uma silhueta desconhecida,não havia a idosa e simpática bibliotecária com cara de tartaruga com a qual sempre se acostumara.Ao chegar mais perto ressaltou a idéia de que não havia ali nenhuma tartaruga,havia ali uma bela flor parecida com tantas flores que já havia visto,especialmente nos passeios pelo Tanguá ou pelo Botânico,porém esta era especial,esta era uma orquídea colorida,aquela era a flor que coloriria de cores quentes os azuis de sua bela vida.Bela vida?De repente acordou,que sonho era este?Havia se perdido nos olhos e cabelos de uma bela desconhecida,mas quantas belas já havia visto antes?Quanta insensatez chamar de paixão isso que sentiu pela primeira vez,pensava,mas também pensava:mas quem é que falou em paixão?

Pegou as chaves do guarda-volumes e arremessou calmamente sua mochila pra dentro daquele cubículo,ainda sem prestar atenção em nada trancou a portinha.Saiu a procura de algum Machado de Assis pra poder reler no fim-de-semana,quem sabe sobraria tempo entre os estudos pras suas finais.Resignado tirou o livro de Lingüística do armário e olhou ao fundo as pétalas,sépalas e corola de sua flor.Sabia que iria ter que andar de novo até lá,e no caminho foi pensando nas inúmeras declarações de amor que poderia fazer,é claro que não faria nenhuma,afinal era uma mera estranha, o fato de sonhar ter ela pelo resto da vida não tira dela o mérito de ser uma mera estranha,e quem sabe um dia isso há de mudar!

Passou direto ao guarda-volumes,e desta vez deixou cair pelos cantos um olhar para ela,gabou-se de estar tomando mais um passo rumo ao seu futuro.Pera ai,porque estava pensando desse jeito?Com quantas meninas já havia ficado antes?Não era nenhum mulherengo,mas nunca recusou trocar conversas numa noite no Largo da Ordem,já havia transformado amigas em namoradas e agora estava se gabando de ter desviado o olhar para a nova bibliotecária?E além do mais, sabia que os olhos só a miraram pois esta estava entretida com algum livro velho e nem havia percebido seu tal passo rumo ao futuro.Tentou se conter,não sabia o que estava acontecendo em seus pensamentos enquanto tirou a acabada mochila verde do armário.

Era a hora,não estava apaixonado!Ou estava? Logo era só devolver as chaves e entregar os livros para a flor,digo, para a bibliotecária.E o fez,o tempo todo desviava seu foco,tentou pensar no Atletiba do domingo mas lembrou que era paranista,estava confuso e isso não poderia negar.Ao receber o livro já devidamente registrado tomou o fôlego necessário,levantou a cabeça e encarou aqueles olhos oblíquos de cigana dissimulada e abaixou de novo a cabeça pois estava rubro de vergonha,sentiu em suas mãos o toque macio da branqueza da pele amada,toque provocado pelo provável acaso entre o entregar e o pegar o Machado.Assinou rapidamente seu nome,e num ato desesperado de hombridade levantou a cabeça e sorriu,disse “obrigado” e viu surgir de canto de boca um sorriso tão desajeitado quanto o seu.Sentiu-se bem mais feliz.

Ele desceu calmamente a rampa da reitoria enquanto sorria aberto todos que passavam pela estreiteza daquele sobe e desce.Quase tropeçou algumas vezes distraído e com uma cara de bobo alegre.Nada importava agora que havia encontrado o grande amor da sua vida,e poderia nem mais a vê-la.E afinal até mesmo a declaração de amor havia feito.Já ela,bem...ela voltou ao seu livro,não
sem antes ficar pensando naquele moço desajeitado,ele tinha lá seu charme.

Da janela do restaurante no centro

"Hoje eu te vi, vi seu sorriso espaçoso com sua multicolorida personalidade cambiando matizes de seus cabelos negros,loiros,tudo.
Hoje pensei recomeçar nossos poemas,mas escrevi tudo de lápis e esqueci meu caderno no canto, apaguei e joguei longe, não no canto onde eu poderia tentar lê-los novamente e sim no ponto cego do que sinto.
Hoje não te abracei, e nem acreditei que poderia.Hoje não ouvi sua voz,e nem ao menos procissão fiz,não dancei meu jeito dos seus sonhos.Hoje não enxuguei seu rosto molhado.Hoje te vi e não achei que veria.Hoje não ficamos a sós, já que nem minhas promessas quis, e nem ao menos viu olhos tristonhos.Hoje eu fiquei de lado.
"


pontuação errada

outro mundo

Por volta dos 12.Na época de tanta coisa que acontecia ao mesmo tempo eu fiz um blog chamado Mundo Zelan, nem me lembro bem o que eu postava,mas te garanto que não era algo muito bom não.Uma vez até achei ele de novo, só lembro de um post,quase um diário, mas a se destacar que era sobre o "A Vida não é Droga".Esse blog é totalmente oposto,só vou postar alguns textos desconexos e antigos,talvez alguns novos.E nem sei mais se acredito tanto assim que "A Vida não é Droga"
Tive outros blogs,flogs.Todos muito ruins, e nenhum sozinho.
Esse só vai ser diferente deles por ser sozinho.

Tenho lido pouco,e trabalhado muito.Isso é uma boa desculpa para textos desconexos e um pouco descontrolados.

Dificilmente farei um texto opinando sobre algo.

Não devo falar diretamente com ninguém,mas é dificil pensar num texto em que eu não esteja pensando em ninguém na hora de escrever.

é isso.